Uma aventura na falésia de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada ilustrações de Arlindo Fagundes Editorial Caminho 1983
Uma Aventura na Falésia é o segundo livro que leio da série criada pela Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada e foi para mim uma grande emoção reencontrar o meu grupinho de amigos formado pela Luísa, Teresa, Pedro, Chico e João (sem esquecer os formidáveis Caracol e Faial)!
Nesta aventura, o grupo vai passar umas férias inesperadas numa casa à beira-mar no cabo Espichel devido a uns canos que rebentaram na escola. Começa logo muito bem!
O que era para ser umas férias divertidas e descansadas rapidamente se transforma numa aventura emocionante quando se acumulam acontecimentos estranhos e suspeitos: homens misteriosos a caminho da praia num dia de chuva, sinais de luzes, um grito na noite… Quando encontram por acaso uma gruta num passeio de barco, descobrem que no interior está um jovem inglês chamado Paul que tinha sido raptado por um trio de bandidos. Com a ajuda do faroleiro Sr. Edgar conseguem resgatá-lo e prender os salafrários. No final, o pai do Paul, Lord Spencer, convida-os para o seu iate e oferece prendas a todos os amigos como sinal de gratidão.
Achei que este livro consegue ser ainda mais emocionante do que o primeiro da série. Havia um crime bem mais grave (raptar uma criança em vez de roubos de carros), o cenário era mais exótico (com um farol e pegadas de dinossauro nas rochas da praia), os momentos de suspense eram ainda mais vibrantes (a maré a encher a gruta foi mesmo assustador!) e ainda aprendi imenso sobre faróis, código Morse e as unidades de medida usadas pelos marinheiros. Como é óbvio, adorei que a aventura terminasse bem e que a valentia e entre-ajuda dos amigos fosse recompensada com prendas tão fixes!
Também adorei as ilustrações. O local onde se desenrola a história permitia ao Arlindo Fagundes desenhar cenários muito espectaculares. Os meus favoritos foram os do farol, da gruta e todos os que retratavam o mar.
Ah, já decorrei o meu nome em código Morse!
. – – – (J) – – – (O) . – (A) – – – (O)
Palavras que desconhecia Acocorada – de cócoras Falésia – escarpa Frenesim – excitação, agitação Peregrino – devoto em viagem
Eu tenho três gatos: o Dilema, a Sofia e uma peste chamada Bife Zacarias.
O Dilema tem 9 anos, é o nosso panda. Ele é muito pacífico, mas às vezes parece possuído e comporta-se como um louco quando danifica teclados para mandar mensagens pelo computador.
Quanto à Sofia achamos que tem 6 anos, porque infelizmente perdemos o rasto ao boletim dela. Ela é medricas, mas também charmosa e fofa e adora miminhos.
Já o Bife Zacarias é a maior peste alguma vez vista nesta propriedade. Tem apenas 8 meses e, apesar de ser fofinho, por dentro é um verdadeiro demónio que dá cabo da paciência de todos (gatos, pessoas e cães). É também um animal múltiplo: um quinto gato, um quinto papagaio (anda sempre no ombro de alguém), um quinto leão (ataca toda a gente, seja onde for), um quinto suricata (põem-se em pé nas patas traseiras) e um quinto leopardo (tem pintas na barriga).
Durante as férias de Carnaval, eu e o meu pai inventámos o enredo de uma pequena história passada em Castro Laboreiro (era um dos TPC da escola). Acabámos de a escrever ontem e a mãe releu-a e ainda deu umas dicas.
Espero que gostem!
I. O Roubo
No primeiro Domingo das férias grandes em Castro Laboreiro, fomos, como sempre, à vila buscar o pão de centeio que tínhamos encomendado. Quando lá chegámos, estranhámos haver tanta gente tão cedo de manhã em frente à igreja.
– Às tantas, vai haver missa… – disse o pai. – Vejam! – alertou a mãe – Está a ali a Duartina!
A Duartina é a nossa benfeitora e castreja favorita. Foi ela que nos recebeu de braços abertos quando comprámos e começámos a restaurar a nossa casa numa inverneira. Parámos o carro e fomos ter com ela, furando a multidão que estava em grande comoção.
– Bom dia, Duartina! Que se passa? – perguntei. – Ai meninos, que desgraça! Desapareceu da igreja a imagem de Nossa Senhora!
Mal acabou de nos dizer isso, ouve-se um carro a travar atrás de nós e sai de lá o presidente da junta que grita: “Minha gente, temos de ir todos ao Numão!”. A multidão ficou toda em silêncio durante uns segundos e depois dispersou em todas em direcções.
– Vamos, meninos, venham comigo que tenho ali o meu jipe! – Mas que se passa no Numão? – perguntou o meu pai. – Desconfio que um milagre!
II.O Milagre
Durante a viagem, a Duartina não disse mais nada. Eu estava super-excitado, pois Castro costuma ser uma vila muito sossegada e a ideia de poder assistir a um milagre era ao mesmo tempo excitante e assustadora. O estradão que leva à capela do Numão era uma longa nuvem de pó tantos eram os carros que a percorriam. Quando chegámos, a Duartina teve de estacionar ainda na estrada pois o descampado já estava cheio de automóveis. Havia imensa gente a rezar e cantar hosanas virada para uma fraga onde, deu para perceber à medida que nos aproximávamos, brilhava uma estátua branca: era a imagem de Nossa Senhora.
– Milagre! Milagre!
III.A Lenda
– Reza a lenda que, há muitos anos atrás, tantos que ninguém sabe ao certo quantos, estava um pastor a passear o seu rebanho na isolada veiga de Numão, quando reparou numa luz a brilhar na concavidade de um rochedo altíssimo. Quando se abeirou, viu uma estátua de Nossa Senhora Mãe de Cristo e foi logo a correr contar a nova à população de Castro. Os moradores resolveram então levá-la para o centro da vila, onde foi muito adorada. Mas, no dia seguinte, a estátua desaparece!
Dava para perceber que a Duartina já tinha contada a lenda muitas vezes, mas que desta vez estava mesmo emocionada devido aos acontecimentos daquele dia.
– Um habitante – continuou ela com a voz embargada – veio então contar que vira uma águia gigante a pegar na imagem milagrosa com as suas garras e que a tinha levado em direção ao Numão. Ninguém queria acreditar, mas quando se dirigiram à veiga puderam então verificar que, milagre dos milagres, ela estava de novo pousada na mesma rocha como se fosse a pérola de uma concha. – Que história incrível! – disse a mãe – Foi nessa rocha que ela reapareceu agora? – Pois foi. Tornou-se então tradição levar a imagem duas a três vezes por ano para o centro da vila para que outras tantas vezes desapareça e reapareça no seu domicílio original. Os da vila, de tão repetidas fugas, entenderam que a Senhora gostava daquela veiga e, por isso, resolveram lá construir a ermida que agora ainda lá está. Quem lá for, pode ver a belíssima imagem e, com sorte, uma das muitas águias que parecem proteger aquele milagroso lugar. – Então por que razão estava agora a imagem na igreja da vila? – perguntei eu. – Porque ia haver uma procissão. Mas a Senhora resolveu voltar para o Numão sozinha. – Sozinha ou então uma águia…
IV.O Acidente
– Tu acreditas em milagres, Pai? – Nem por isso, filhote. Mas é importante respeitar as crenças dos outros.
Tinha sido uma manhã incrível. Roubos, milagres, lendas: um fartote! Com tanta emoção, quase que nos esquecíamos do pão! Estava a pensar nisso de regresso a casa, quando um jipe de matrícula galega nos ultrapassa a grande velocidade. Gosto muito de reparar nas matrículas dos carros e adoro jipes, mas o meu pai diz que são muito caros e gastam imenso gasóleo.
– Ele há cada palerma na estrada – queixou-se a mãe.
Logo a seguir, ouvimos um grande ruído. De repente, um pedregulho gigante rebola da encosta do Castelo e aterra com estrondo em cima do capô do jipe que nos tinha ultrapassado! O pai trava, gritamos todos, ouve-se os pneus a chiar no asfalto e paramos a poucos metros do jipe que tinha o motor todo desfeito a fumegar. Quando fomos espreitar, estava tanto o condutor como o passageiro muito queixosos e nervosos, pois apesar de não aparentarem estar feridos, não conseguiam sair do carro.
– ¡Por favor sácanos de aquí! – disse um deles. – Não se mexam, por favor! – respondeu o meu pai – Vou já chamar uma ambulância!
Felizmente, havia na vila uma ambulância e uma patrulha da GNR de Melgaço por causa da procissão e ambas chegaram ao acidente em poucos minutos. Eu estava simplesmente eléctrico! Que mais nos iria acontecer hoje?! Foi depois de desencarcerar os galegos que continuavam muito nervosos, que os agentes repararam num cobertor suspeito enrolado no banco de trás. Quando o abriram, o que encontraram? A imagem de Nossa Senhora!
– Ah seus bandidos! – disse logo um dos guardas – Vão daqui directos para a esquadra!
Afinal tinham sido eles a roubar a preciosa estátua e a colocar uma réplica no Numão. Com a comoção do suposto “milagre”, ninguém da população reparou que a imagem era falsa e desprovida da valiosa folha de ouro do original. Fiquei com alguma pena, pois a ideia de assistir a um milagre era, apesar de tudo, mais emocionante do que a resolução de um crime.
– Quem sabe se não foi um milagre aquele pedregulho ter caído em cima deles? – disse a mãe – Se não fosse isso, eles já estariam por esta hora em Espanha com a imagem!
Foi então que olhei para o céu e vi uma águia gigante a planar no ar.
Para a aula de CLIL, tivemos que escrever sobre dois corpos de água e dois de terra, primeiro em Português e depois em Inglês. Resolvi pesquisar na rede por alguns dos maiores e mais espectaculares.
Aprendi muitas palavras novas em Inglês como canyon (desfiladeiro), river (rio), to carve (esculpir), long, wide, deep, high, (comprimento, largura, profundidade e altura), aka (acrónimo de also known as, que significa também conhecido como), underground (sob a terra, subterrâneo), perimiter (perímetro) e saltiness (salinidade).
A terra é mesmo bonita!
O Grand Canyon é um desfiladeiro íngreme esculpido pelo rio Colorado, no estado do Arizona no Sudoeste dos Estados Unidos da América. Tem 446 Km de comprimento e chega a ter 29 Km de largura e 1,8 Km de profundidade.
The Grand Canyon is a deep canyon carved by the Colorado River in the Arizona State, in the Southeast region of the United States of America. It is 446 km long, 29 km wide and 1,8 km deep.
O Uluru (também conhecido como Ayers Rock) é um monólito situado no Norte da Austrália. Tem 318 m de altura, 8 Km de perímetro e estende-se em 2,5 Km de profundidade de solo!
Uluru (aka Ayers Rock) is a monolith in the North of Australia. It is 318 m high, has a perimiter of 8 km perimiter and goes 2,5 km deep underground.
O Grande Lago Salgado é, como o próprio nome indica, um grande lago salgado com 4400 km2 que fica no Norte do estado do Utah, nos Estados Unidos da América. A salinidade do lago varia entre os 5 e os 27% em comparação aos 3% dos oceanos.
The Great Salt Lake is a large salt lake that has an area of 4 400 km2 located in the North of the Utah state in the United States of America. Its saltiness varies from 5 to 25% (oceans usually have 3%).
As Cataratas do Niágara são um agrupamento de grandes quedas-de-água localizadas no Canadá, no leste da América do Norte. São uma das mais volumosas do mundo com um volume de 168 000 m3 de água por minuto.
Niagara Falls are a group of waterfalls in Canada, in the East of North America. They are one of the biggest in the world with a volume of 168 000 m3 of water per minute.
A professsora pediu-nos para descrevermos o que vemos da janela do nosso quarto e eu consegui convencer o meu pai e a minha mãe a fazerem o mesmo. Espero que gostem: a vista é a mesma, mas as “janelas” são diferentes. 🙂
Há muitos anos atrás, tantos que ninguém sabe ao certo quantos, aconteceram muitos milagres de que ainda hoje se fala. Tudo se passou na zona raiana de Portugal e Galiza, perto do planalto hoje conhecido como o de Laboreiro.
Um belo dia, estava um pastor a passear o seu rebanho na distante e isolada veiga de Numão, muito procurada pelas suas boas pastagens, quando reparou numa luz a brilhar na concavidade de um rochedo altíssimo. Quando se aproximou, viu uma estátua de Nossa Senhora Mãe de Cristo e foi logo a correr contar a nova à população de Castro Laboreiro. Os moradores, depois de verificarem a genuína natureza daquela imagem que não parava de brilhar, resolveram levá-la para o centro da vila, onde foi muito adorada.
No dia seguinte, a estátua desaparecera.
Um habitante logo veio contar que vira uma águia gigante a pegar na imagem milagrosa com as suas garras e levá-la em direção ao Numão. Ninguém queria acreditar, mas quando se dirigiram à veiga puderam verificar que ela estava de novo pousada na mesma rocha como se fosse a pérola de uma concha.
Tornou-se então tradição levar a imagem duas a três vezes por ano para o centro da vila para que outras tantas vezes desapareça e reapareça no seu domicílio original. Os da vila, de tão repetidas fugas, entenderam que a Senhora gostava daquela veiga distante e isolada e, por isso, resolveram lá construir a muito custo uma ermida que ainda hoje existe e pode ser visitada. Quem lá for, pode ver a belíssima imagem e, com sorte, ver uma das muitas águias que parecem proteger aquele milagroso lugar.
Glossário Ermida: pequeno santuário ou igreja; Raia (zona raiana): fronteira (zona fronteiriça); Veiga: vale fértil.
Today we talked about bodies of water and I had the idea to create a new post with some pictures of Aceredo.
Aceredo is a Spanish village in Galiza that was flooded by the artificial lake created by the Lindoso dam in 1992. Three years ago, because of a severe drought, the village was visible again and it looked very mysterious like a ghost from the past. My favourite ruin was a Citröen Ami, a classic car from the 60s.
Hope you and the class enjoy our pictures from 2022!
Este fim-de-semana os meus pais receberam no telemóvel duas mensagens iguais que diziam assim:
Aviso PROCIV Chuva e persistente na sua região nas próximas 48 horas. Vento forte. Risco de inundações. Fique atento. Info: www.prociv.gov.pt / 800 246 246 / ANEPC
Resolvi pesquisar e descobri que PROCIV é um acrónimo de Protecção Civil. O problema é que não sabia o que era um acrónimo. E então pesquisei mais. Eis o que encontrei.
Para explicar o que é um acrónimo tenho de falar primeiro no que é uma sigla. Uma sigla é uma abreviatura que utiliza a primeira letra (ou as primeiras letras) de cada palavra do nome de uma instituição, como por exemplo PSP (Polícia de Segurança Pública) e que se lê “pê èsse pê”. Um acrónimo é igual, mas com uma diferença: não se lê letra a letra mas tudo seguido como se fosse uma palavra, como por exemplo ONU (Organização das Nações Unidas) que se lê “ónu”.
ANEPC também é um acrónimo e que significa Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil. Este organismo pertence ao Estado e tem como função a prevenção e resposta a acidentes graves e catástrofes e a proteção e socorro das populações.
Fiquei contente por saber que há pessoas que zelam por nós e que até nos enviam SMS quando se aproximam tempestades. Já agora SMS também é uma sigla de short message service (serviço de mensagem curta).